Crescimento pessoal: por que fugimos do novo e como avançar na vida?
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Perder o medo do desconhecido - Imagem criada pelo Capilot- |
Você já andou para a frente hoje?
Sim, é exatamente isso que estou falando. Talvez, ao ler essa afirmação, você esteja pensando que ela é completamente desconexa. Afinal, avançar na vida parece óbvio. A expressão soa até redundante, um pleonasmo, já que o ato de andar, por si só, pressupõe crescimento pessoal adiante. No entanto, na prática, muitas pessoas continuam andando para trás, presas à sua zona de conforto. Repetem hábitos que já não fazem sentido, insistem em manter relações que sugam sua energia, tudo para não romper com a familiaridade que as mantém estagnadas.
É curioso como o ser humano, mesmo diante do desconforto da infelicidade, muitas vezes escolhe permanecer repetindo as mesmas condutas vazias de emoção que o levam, cada vez mais, ao retrocesso. Isso, apenas para manter uma enganosa estabilidade emocional.
Na verdade, essa repetição de condutas, vazias de esperança, vem carregada de um sofrimento que destrói a felicidade de forma silenciosa, lenta e quase imperceptível.
Olhando para esse lado sombrio de não tentar renovar, cabe a reflexão de que a mente cria a ideia distorcida de que lidar com o sofrimento conhecido é mais seguro do que o risco de algo novo.
Assim, avançar na vida, nesse contexto, não é apenas se mover fisicamente. É tomar decisões conscientes, romper padrões nocivos e escolher o crescimento pessoal, mesmo quando ele exige coragem. É um ato de presença e responsabilidade consigo mesmo, uma escolha diária de não se acomodar no que já não serve, de não se prender ao que já foi. É reconhecer que a vida pulsa no movimento, que a evolução acontece quando ousamos sair do lugar, mesmo que o primeiro passo seja incerto ou tímido.
A incerteza e o medo do novo
Por sua vez, o novo é onde nascem os recomeços, os encontros inesperados, as descobertas que nos fazem vibrar. É nesse território desconhecido, muitas vezes cercado por dúvidas e expectativas, que a vida se reinventa. O novo carrega em si a potência da transformação, rompendo com o que já foi e abrindo espaço para o que ainda pode ser, nos convidando a caminhar por caminhos que nunca percorremos.
Cada recomeço que nasce no novo é uma chance de ressignificar histórias, de olhar para o passado com mais compreensão e para o futuro com mais coragem. Os encontros inesperados que surgem nesse caminho são como presentes da vida, capazes de ensinar, desafiar e conectar partes que estavam adormecidas. E as descobertas que fazem vibrar são o reflexo de uma alma que se permite experimentar, sentir e crescer.
O novo, portanto, não é apenas mudança, é movimento, é viver plenamente. É a expressão mais autêntica da capacidade de alguém evoluir. Ao acolher o novo, a pessoa abre espaço para que o inesperado a surpreenda, para que o aprendizado a transforme e para que a sua alegria de viver se renove em cada passo.
Contudo, o novo, por mais promissor que pareça, carrega em si uma dose de incerteza, e é justamente essa incerteza que assusta. O desconhecido não oferece caminho seguro e nem garantia de realização e felicidade. Por conta disso, o medo do novo se instala como um guardião da zona de conforto, nos convencendo de que é melhor sofrer com o que já conhecemos do que arriscar uma dor diferente, ainda que essa dor possa ser passageira para nos conduzir ao crescimento pessoal.
Apesar disso, o importante é sempre ter em mente que o medo do novo é barulhento, intenso, mas passageiro, e quando enfrentado, costuma dar lugar à liberdade e à transformação. Esse medo, embora muitas vezes seja paralisante, é apenas um reflexo da resistência ao desconhecido, uma tentativa de a mente manter a pessoa em zonas seguras, ainda que limitantes. No entanto, é justamente ao atravessar esse medo que se descobre o quanto o ser humano é capaz de ir além, de se reinventar e de acessar camadas mais profundas da sua força interior.
O questionamento que desperta
Assim, o questionamento aqui feito é um convite para a reflexão do despertar. De perceber que não avançar na vida é desistir de viver plenamente, com medo do novo. É um chamado para olhar com mais atenção para os próprios movimentos ou para a ausência deles e reconhecer que a manutenção de condutas vazias de esperança, muitas vezes disfarçadas de zona de conforto, pode ser uma forma silenciosa de renúncia à própria potência de viver.
O despertar, nesse contexto, não é um evento grandioso, mas um processo sutil e contínuo de tomada de consciência. É perceber que cada escolha de permanecer onde se está, por receio do desconhecido, afasta qualquer pessoa da vida em sua plenitude. O medo do novo, embora compreensível, não precisa ser um obstáculo definitivo. Ele pode ser acolhido, compreendido e, sobretudo, atravessado.
Refletir sobre isso é abrir espaço para a coragem de seguir em frente, mesmo sem garantias. É entender que viver plenamente exige movimento, exige entrega, exige disposição para se reinventar. E que, ao escolher não avançar na vida, estamos, ainda que inconscientemente, nos afastando da possibilidade de viver com mais verdade, mais leveza e mais conexão com aquilo que pulsa dentro de nós.
Eu espero que você escolha o crescimento pessoal, mesmo quando ele exige coragem. Então, volto a perguntar: você já andou para a frente hoje?
Maravilhosa reflexão! Um empurrãozinho para tomar aquela decisão! Obrigada 🌹
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