O valor de ser quem somos
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O valor de ser quem somos - Imagem criada pelo Capilot - |
Momentos da Vida
Em algum momento da vida, nós nos deparamos com situações em que, por amor, amizade ou até mesmo por compaixão, a doação pessoal acaba sendo exagerada.
Renunciar-se a princípios, a conquistas materiais, e silenciar-se a própria voz para agradar alguém que, muitas vezes, não reconhece o sacrifício feito. Essa entrega, quando constante e unilateral, pode levar a um lugar sombrio; ou seja, o de uma relação abusiva.
Relações abusivas não se manifestam apenas por agressões físicas ou verbais. Elas também se revelam nas pequenas concessões feitas diariamente, nos limites ultrapassados sem consentimento, nas vezes em que se diz “sim” quando o coração grita “não”.
É triste perceber que, em nome de um afeto distorcido, deixa-se de lado aquilo que define alguém, como valores pessoais, crenças, bens materiais.
A anulação pessoal para agradar o outro
A autoestima se fragiliza, os sonhos ficam em segundo plano, e a sensação de vazio se instala. É como se estivéssemos vivendo a vida de outra pessoa, enquanto a nossa permanece em pausa, esperando por um resgate que só nós podemos realizar.
É fundamental entender que ajudar o próximo não deve significar sacrificar a própria essência. A generosidade é uma virtude, mas ela precisa caminhar lado a lado com o respeito por si mesmo.
Nesse sentido, deixar de investir em algo pessoal ou material que se deseja, ou desfazer-se de um bem conquistado com esforço apenas para atender às necessidades de alguém, gera um sacrifício que resulta em frustração e, às vezes, em doenças psicológicas e psíquicas para o doador.
Doar demais, acaba esgotando qualquer pessoa. E esse esgotamento acaba sendo emocional, financeiro, físico, espiritual. Isso porque são elementos essenciais que compõem o bem-estar integral do ser humano. Quando um deles é abalado, os outros também ficam desestruturados.
Ao longo da jornada, é natural querer fazer o bem. Mas esse bem precisa ser equilibrado.
Existe uma linha tênue entre altruísmo e autossabotagem, por isso, é indispensável ter a convicção de que não existe prejuízo na entrega ao outro, e que essa entrega não resulte em ferramenta de manipulação obsessiva sobre quem, de forma aberta, acaba entregando a si mesmo e tornando-se vulnerável.
Por isso, escolher a si mesmo não é egoísmo, é sobrevivência. É preciso coragem para dizer “basta”, para colocar limites, para se afastar de quem faz mal, mesmo que esse alguém seja alguém que amamos. Porque amor verdadeiro não fere, não manipula, não exige renúncias constantes. Amor saudável respeita, acolhe, compartilha.
Além disso, é natural valorizar os bens conquistados, pois representam esforço, dedicação, trabalho. Não há vergonha em querer preservar aquilo que foi conquistado com suor.
Assim, desfazer-se de algo importante para atender a caprichos alheios é um sinal de que algo está errado. Isso, também vale para nossos valores pessoais, aquilo que se acredita serve como guia de uma caminhada dando sentido à vida.
A reconstrução
A reconstrução começa com a percepção da essência pessoal do ser; ou seja, saber exatamente quem se é e o que se quer.
A partir dessa percepção, são gerados os limites necessários, para proteger a integridade pessoal.
É possível sair de relações abusivas. É possível recuperar o que foi perdido, ainda que não sejam os mesmos bens, ainda que os valores tenham sido abalados.
O importante é retomar o controle, reconectar-se com a essência, e seguir em frente com mais sabedoria.
Cada passo dado em direção ao autocuidado é um passo rumo à liberdade
Se você está lendo este texto, eu espero que ele possa tocar seu coração de alguma forma. Que você perceba o quanto é valioso saber quem você é, reconhecer suas conquistas, e proteger aquilo que construiu.
Que sua ajuda aos outros nunca fira seus valores pessoais e materiais. Que você aprenda a dizer “não” quando necessário, e que esse “não” seja dito com firmeza, com consciência de amor-próprio.
Você merece relações saudáveis, onde há troca, respeito e crescimento mútuo. Você merece viver uma vida alinhada com seus princípios, onde suas escolhas refletem quem você é de verdade. E acima de tudo, você merece ser feliz, sem precisar se anular, sem precisar renunciar a si para agradar quem não vê o seu valor.
Que este seja o início de uma nova etapa, onde você se coloca em primeiro lugar, não por egoísmo, mas por sabedoria. Porque quando estamos bem conosco, conseguimos ajudar os outros de forma mais genuína, sem nos ferir, sem nos perder. E isso, sim, é o verdadeiro bem.
Esa abnegación solamente la uso con muy pocas personas, mi madre, mi abuela, claro que con todos hay que estar disponible y aceptar sus modos y necesidades pero para llegar hay que mantener la vida propia resuelta.
ResponderExcluirÉ exatamente isso, Ana! aprender a preservar-se é estar aberto para outra realidade.
ResponderExcluirUm abraço,
Bem pertinente a abordagem! 👏😘
ResponderExcluirsim, estender a mão, ajudar o outro, desde que não abandonemos nós mesmos. beijos, pedrita
ResponderExcluirUm excelente post de auto-ajuda.
ResponderExcluirAdorei
Olá, querida amiga Ana!
ResponderExcluirInfelizmente não valorizam a nossa muita doação, assim que é preciso que nós nos valorizemos.
O tempo vai nos ensinando.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos
Parabéns pelo texto
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirMuito interessante os pontos que você aborda. Concordo com todos. Mas eu faria uma observação. Muitas vezes, conscientemente, anulamos algum ponto em nós em favor de alguém que amamos. Seria um preço pequeno a se pagar a alguém que vale a pena estar perto de você.
O que você acha? Seria isso também uma anulação de nós mesmos?